A gastronomia tem sempre por trás de si uma estrutura histórica, que caracteriza um determinado povo e a sua terra de origem, por isso uma rota gastronómica é sempre de ter em conta.
Na década de 1920 os empregados fabris não tinham tempo para fazer sopa e então substituíram-na por estes pastéis, uma vez que despendiam muito tempo a confecioná-los e podiam ser consumidos, depois de feitos, durante várias semanas, o que não acontece com a sopa.
Este Pastel seco é feito com massa folhada cortada em tirinhas, que se enrolam em forma de espiral, dobrando uma das pontas do pastel para rechear com carne de vaca refogada.
O Pastel de Molho era e continua a ser servido com molho de açafrão.
Prepara-se da seguinte forma: põe-se água a ferver com sal, vinagre, açafrão e um ramo de salsa; coloca-se o Pastel num prato, deitando o caldo por cima, tapa-se com outro prato e aguarda-se um pouco (para "abrir"); o Pastel de Molho "abre", fortalecendo a refeição.
É composto por uma massa de margarina ou banha de porco, sal, farinha e recheado com carne guisada (cebola, louro e sal).
Para além de poder ser servido com molho de açafrão ou chá preto, pode ainda ser comido apenas como Pastel.
Ingredientes:
500 gr de pão duro;
2 dl de azeite;
4 dentes de alho;
3 ovos;
Cerca de 1,5 dl de água;
1 ramo de salsa.
Confeção:
Leva-se ao lume, num tacho, a água, a salsa, os dentes de alho picados e o azeite. Ferve um pouco, para apurar e junta-se o pão cortado às fatias. Deixa-se ferver, mexendo com uma colher de pau. Juntam-se os ovos batidos, envolvem-se bem até cozer. Servem-se quentes e com azeitonas.
Ingredientes:
1 posta de bacalhau média;
1 cebola média;
3 tomates maduros;
1,5 dl de azeite;
4 ovos;
300 gr de pão caseiro;
Água e sal.
Confeção:
Corta-se a cebola às rodelas finas e o tomate limpo de peles e sementes e cortados aos bocados, para dentro de um tacho. Rega-se com o azeite e por cima coloca-se o bacalhau demolhado e desfiado. Deixa-se refogar um pouco, adiciona-se a água suficiente e deixa-se ferver para apurar. Corta-se o pão às fatias finas, deita-se no tacho e deixa-se abeberar. Juntam-se os ovos batidos com o sal, envolvendo e deixando cozer os ovos. Serve-se bem quente.
Ingredientes:
1 kg de míscaros;
1 dl de azeite;
1 cebola;
150 gr de chouriço;
1 colher de chá de colorau;
4 ovos;
Sal.
Confeção:
Descascam-se os míscaros, lavam-se muito bem e são cortados aos bocados. Faz-se um refogado com o azeite e a cebola picada e mistura-se o chouriço cortado às rodelas e os míscaros. Tapa-se o tacho e deixa-se cozer; se necessário adiciona-se um pouco de água. Quando tudo estiver cozido, misturam-se os ovos batidos com o sal, envolvendo bem e deixando cozer, sem secar.
Ingredientes:
Para 5 a 6 pessoas:
1 kg de folho de dobrada;
2 limões;
1 mão de vitela;
1 pé de porco;
400 gr de arroz;
2 farinheiras;
1 salpicão;
1 dl de azeite;
70 gr de manteiga;
3 cenouras médias;
1 ramo de salsa;
75 gr de presunto;
1 cebola média;
1 l de caldo da cozedura do pé de porco e da mão de vitela;
Sal;
Pimenta e malagueta q.b.
Confeção:
Coze-se a dobrada em água temperada com sal e com o sumo de limão. À parte coze-se a mão de vitela e o pé de porco. Noutra caçarola leva-se ao lume o azeite e a manteiga, a cebola picada, as cenouras raladas e o ramo de salsa. Quando a cebola estiver cozida, mas loura, introduz-se o arroz, o presunto demolhado (2 horas) e cortado às tiras, a dobrada cortada em quadrados de 4-5 cm, a mão e o pé completamente desossados e também cortados em bocados de 5 cm.
Mexe-se sempre o arroz até embeber a gordura e acrescenta-se o caldo. Verifica-se o sal e tempera-se com pimenta e um pouco de malagueta. Tapa-se a caçarola e quando ferver introduzem-se em cima as farinheiras e o salpicão. Leva-se a caçarola ao forno 30 a 40 minutos. Serve-se bem quente, retirando primeiro as farinheiras e o salpicão e cortando-os às rodelas.
Este queijo é o nosso cartão de visita e já ultrapassou fronteiras, tornando-se um queijo com história.
A área geográfica de produção contempla os concelhos de Celorico da Beira, Fornos de Algodres, Gouveia, Manteigas, Oliveira do Hospital, Seia e algumas freguesias dos concelhos da Covilhã, Guarda e Trancoso.
Trata-se de um queijo produzido exclusivamente com leite de ovelha da raça Bordaleira, coalhado pela flor do cardo Cinara cardunculus L., planta característica da nossa Região, que tem como finalidade coalhar a massa que dará origem ao Queijo da Serra.
É um queijo curado, de pasta semi-fina ou semimole, ligeiramente amarelado, com alguns olhos irregulares e obtido por esgotamento lento da coalha, após coagulação do leite cru de ovelha por ação do coalho animal.
O requeijão resulta do aproveitamento do soro, isto é, o excedente que se escoa do acincho durante a feitura do Queijo da Serra. É em seguida fervido, de onde se obtém uma massa pastosa, a que é dada a sua forma característica, depois de ser comprimida em açafates de fina verga.
É um alimento com alto valor nutritivo, a que a tradição local atribuiu poderes terapêuticos e de fortalecimento.
De novembro a janeiro ocorre a tradicional Matança do Porco. Nesse dia, as famílias reúnem-se, logo pela manhã, disfrutando de um bom pequeno-almoço, constituído por presunto, chouriço, salpicão, chouriça de carnes e de bofes (miúdos do porco- coração, rins e pulmões). Estes produtos pertencem à matança do ano anterior.
Seguidamente, procede-se à matança do porco, em que se coloca o animal em cima de um banco de madeira, à medida do animal, na ponta do banco existe uma racha para prender a cabeça do porco.
Os enchidos são as farinheiras, as chouriças, as morcelas, o salpicão e o bucho.
Para conservar a carne de porco de modo a poder ser consumida muito depois da matança, recorreu-se desde sempre à salga e ao fumeiro.
O apetitoso presunto não é mais do que a perna de porco que, depois de salgada ao longo de vários meses, é bem lavada em água corrente para lhe retirar o sal, sendo depois coberta com uma pasta protetora, essencialmente à base de colorau e azeite.
Segue-se então o processo de secagem, que poderá ser em fumeiro ou em local frio.
O frio e a humidade desempenham um papel primordial na qualidade do presunto.
A Cherovia ou Pastinaca é uma raiz que se cultiva nesta zona do país, e tem a forma de uma cenoura e cor do nabo. O seu sabor é uma mistura de ambos os legumes, mas mais acentuado e até adocicado. É um sabor único e extremamente agradável, podendo ser servido como entrada ou como acompanhamento de um prato de peixe.
Dadas as suas características, devem ser cozidas em água e sal e cortadas em fatias finas, no sentido longitudinal, temperando-se com sal e sumo de limão.
Em seguida, passam-se por um polme, feito com ovo e farinha, fritas em azeite ou óleo.
Produto de origem Portuguesa, o pêssego da Cova da Beira é produzido em zonas geográficas protegidas. Devido às suas condições edafo-climáticas a zona da Cova da Beira é ideal para a produção deste fruto tão apreciado no verão. Tradicionalmente cultivado em zonas de vale e meia encosta, em especial no Zêzere, o pessegueiro é uma planta que requer Invernos frios, Primaveras suaves e Verões quentes, beneficiando com a alternância das temperaturas quentes durante o dia e frescas durante as noites típicas da zona da Beira Interior.
Com uma excelente qualidade, o Pêssego da Cova da Beira tem um sabor muito característico, é um fruto com uma agradável fragância, de polpa amarela, muito sumarento e saboroso capaz de satisfazer o paladar mais exigente.
Cidade rodeada pelo verde dos montes e vales da Serra da Estrela, acompanhada pelo rio Zêzere, o concelho da Covilhã possuí vastos campos de pessegueiros onde, num cenário magnífico o passeio pelos pomares e a prova do fruto acabado de colher da árvore tornam-se experiências únicas.
Quintas como a Quinta de Lamaçais na freguesia do Teixoso ou a Quinta de Severes na freguesia do Ferro convidam-no a fazer um fim-de-semana ou umas férias diferentes em turismo rural, onde para além de poder apreciar o fruto rei da Cova da Beira pode também deliciar-se com os pratos e vinhos típicos da região.