Covilhã a pé
Percorrer a cidade que inspirou o romance, a Lã e a Neve pode ser uma experiência única. Aventure-se a conhecer as Fábricas Reais da Covilhã hoje transformadas no Museu dos Lanifícios , aproveite o tema e percorra alguns dos percursos pela arqueologia industrial explícitos também no site.
Viajando pela Covilhã descobrimos uma presença inesperada de edifícios com elementos de Arte Nova , siga as pistas que aqui lhe deixamos e siga para a descoberta.
No Centro histórico reserve algum tempo para conhecer a igreja de Santa Maria e os seus inesquecíveis azulejos. De seguida, percorra a Rota de Arte urbana e conheça uma nova forma de interpretar o Centro Histórico.
A Covilhã possui um assinalável conjunto de intervenções espalhadas, maioritariamente, pela zona histórica da cidade.
Com o intuito de dinamizar zonas degradadas e promover espaços esquecidos, a rota de Arte Urbana é um verdadeiro "museu" ao ar livre onde se presta uma homenagem ao passado glorioso da Covilhã, sendo um dos mais importantes centros de produção de lanifícios do País.
O WOOL – Festival de Arte Urbana da Covilhã foi o primeiro evento destas características no interior do País.
Hoje o WOOL tem na Covilhã 26 ações de artistas nacionais e internacionais espalhados pela cidade, sendo também uma forma diferente de ficar a conhecer a zona histórica da cidade.
Site Oficial: woolfest.org
Descarregar PDF:
mapa arte urbana.pdfEsta é uma história única, sobre os últimos judeus secretos sefarditas.
Sabe-se que desde o final do império romano existiam, naquele que viria a ser o território português, comunidades judaicas, em bairros judeus no interior das povoações, chamados as judiarias.
A comunidade judaica da Covilhã foi desde o século XII até inícios do século XX, a maior e mais importante da Região da Serra da Estrela e uma das mais fortes de Portugal.
A comunidade desta região dedicava-se, fundamentalmente ao comércio e ao artesanato, mas também às atividades agrícolas, tendo sido sobretudo os impulsionadores da indústria dos lanifícios.
Na cidade existiam, no final do século XV, pelo menos dois núcleos hebraicos. Um (o mais antigo) intramuralhas, junto às Portas do Sol; o segundo, na parte exterior das mesmas, confinando com elas próximo das portas da vila, envolvendo a área que abarca a Rua do Ginásio e a Rua das Flores.
Esta última caracteriza-se pela existência de vias estreitas, sem ordenamento e com espaços públicos exíguos. Os imóveis são estreitos nas fachadas e altos, ao sabor de gostos pessoais e com acrescentos apendiculares.
Apresentando na generalidade as fachadas com características arquitetónicas judaicas, como uma porta grande e uma porta pequena, janelas desenquadradas, portas chanfradas ou ombreiras.
Neste ultimo núcleo, atribuído tradicionalmente à comunidade judaica, salientam-se três habitações com janelas manuelinas, decoradas com motivos náuticos, duas na Rua das Flores e uma na Rua do Ginásio Clube.
Para além das áreas habitacionais ressaltam os estabelecimentos fabris, fundados por cristãos novos, salientando-se entre eles:
-A Real Fábrica dos Panos;
-A Fábrica Campos Melo;
-A Fábrica Velha.
Uma destas Janelas Manuelinas foi restaurada e recuperada pela Autarquia e encontra-se na parte de trás da Câmara Municipal da Covilhã.
Descarregar PDF:
mapa_judiarias-01.pdfSendo a Covilhã um dos principais pólos industriais do País, possuiu desde sempre uma burguesia que com facilidade aderia aos novos gostos vindos do exterior. Será por isso de admitir que muitas casas possuíssem objetos e mobiliário de Arte Nova.
De resto muitas marcenarias locais fabricaram, durante mais de meio século, móveis com apontamentos de Arte Nova, como louceiros e cómodas, ainda que ecléticos na forma, mostram através dos grandes girassóis e folhagens talhadas, sobretudo nos ângulos de portas e gavetas, a influência deste novo estilo.
Já no que diz respeito às construções, à semelhança do que acontecia pelo resto do País, as manifestações Arte Nova resumem-se a apontamentos que se encontram nas molduras dos vãos, estes quase sempre ovalados, formando bíforas ou tríforas, às decorações azulejares, às grades em ferro das varandas, portões e bandeiras.
Edifícios como o Palacete Jardim, o Club União, o Colégio Moderno, a Agência do Banco Comercial Português na Covilhã, ou a Empresa Transformadora de Lãs representam a Arte Nova e surgem espalhados pela Covilhã, breves apontamentos que não devem ser descurados. É o caso das inúmeras grades em ferro nas sacadas de muitas construções, de cachorros que se distribuem um pouco por toda a cidade, vitrais que ornam variadíssimas janelas e interiores de residências.
Será no “Colégio das Freiras”, na Rua Marquês d’Ávila e Bolama que se encontram os mais antigos apontamentos que remetem para uma nova estética. Mesmo não podendo ainda ser afirmado como Arte Nova, estes apontamentos marcaram uma nova conceção decorativa expressa, designadamente na sinuosidade da linha curva, formando motivos geometrizados nas bandeiras das portas-janelas que abrem para os balcões, ou no uso dos elementos cerâmicos que formam a original platibanda. Também a grandiosidade dos dois vãos de volta plena destinados a valorizar, pela iluminação, determinadas dependências vêm marcar mais uma rutura com o passado. Saliente-se que este edifício terá sido construído, ainda em finais do séc. XIX ou primeiros anos do século seguinte, pelo Comendador Campos Melo.
O higienismo marcou uma época, desde os materiais e as soluções arquitetónicas que possibilitavam uma maior salubridade até ao interesse por materiais que facilitem a limpeza e permitam maior durabilidade tornou-se frequente. Elementos como o azulejo, o mosaico cerâmico e o ladrilho tornaram-se cada vez mais importantes. Curiosamente se o azulejo se implantou na Covilhã, o ladrilho foi usado para revestir grande número de edifícios. A estes acrescentava-se o vidro, de preferência colorido ou martelado, possibilitando a entrada de luz e a criação de ambientes. As marquises possibilitavam de forma diferente a utilização de um espaço exterior que se tornava íntimo. As marcas desta mudança da arquitetura estão bem disseminadas pela cidade e neste sentido pode afirmar-se que se um primeiro Modernismo designado de Arte Nova não teve grande implantação na cidade no que toca à decoração, contudo foi implementado no que respeita aos elementos estruturais.
in Itenerários: A arte Nova na Covilhã
Descarregar PDF:
Rota-Arte-Nova.pdfSob o epíteto de Covilhã – cidade fábrica propõe-se a realização de três percursos urbanos, circulares e complementares entre si, que têm como polo aglutinador o Museu de Lanifícios da Universidade da Beira Interior.
Esta rota pretende dar relevância aos espaços mais significativos da indústria de lanifícios da cidade da Covilhã, dando a conhecer, não só os museus, centrados na salvaguarda dos testemunhos industriais, como o núcleo museológico da Real Fábrica de Panos, manufatura de Estado instituída em 1764, pelo Marquês de Pombal, e a Real Fábrica Veiga, datada de 1784, que integram o Museu de Lanifícios, observando um vasto património industrial disseminado pela cidade, abarcando edifícios fabris, estendedouros e râmolas de sol, chaminés, maquinismos, palacetes, bairros operários e outras infraestruturas de apoio a esta atividade.
Carpinteira, do Sineiro às Poldras
Itinerários: Património Industrial e Natural
Descarregar PDF:
Catalogo_Carpinteira_LOWRESpages.pdfO percurso tem início no edifício da antiga firma de José Mendes Veiga (Real Fábrica Veiga), que é atualmente a sede do Museu de Lanifícios da Universidade da Beira Interior. O complexo da Real Fábrica Veiga é constituído por três imóveis em cantaria de granito, situados junto à Ribeira da Goldra. Foi sede de uma empresa de lanifícios histórica, fundada em 1784, por José Mendes Veiga, a partir de uma oficina de tinturaria.
A sua instalação neste local, a partir de 1764, surgiu devido à influência da intervenção pombalina realizada na Real Fábrica de Panos, permanecendo em atividade desde finais do séc. XVIII a inícios do séc. XX. A primitiva edificação foi alvo de sucessivas ampliações até 1834, por ação deste industrial cristão-novo, quando se constituiu como fábrica completa. No seu período de apogeu (1835 a 1891), esta empresa abarcava cerca de duas dezenas de unidades fabris, assim como diversas escolas de fiação disseminadas, predominantemente pelos concelhos da Covilhã e do Fundão. De 1916 até à década de noventa do séc. XX, foram alojadas, neste espaço, outras firmas com atividades distintas, mas sempre do subsetor dos lanifícios.
Entre 2000 e 2004, após a aquisição do imóvel pela Universidade da Beira Interior, foi realizada uma intervenção de recuperação e valorização arquitetónica, com a finalidade de o transformar em Centro de Interpretação dos Lanifícios. O complexo, com uma área bruta de cerca de 12.000 m², acolhe a Sede do Museu, o Núcleo Museológico da Industrialização dos Lanifícios e o Centro de Documentação/Arquivo-Histórico.
(Poderá consultar a totalidade do percurso no documento PDF)
Descarregar PDF:
Rota da La - Percurso 1.pdfEste percurso tem início no Núcleo da Real Fábrica de Panos, do Museu de Lanifícios da Universidade da Beira Interior. Neste local, onde em meados do século XVIII existiam já oficinas de tecelagem e de acabamentos, foi construída a segunda grande manufatura de Estado, destinada a constituir-se como fábrica modelo, concentrando as várias operações de fabrico e, sendo um motor de desenvolvimento da indústria local.
Para a sua construção, o rei D. José I deu autorização para que se utilizassem as pedras da muralha medieval da povoação, que se encontravam caídas na sequência dos estragos do terramoto de 1755. Ao serviço desta Fábrica Real trabalhavam, em 1803, mais de três mil operários, contando com 356 trabalhadores só nas instalações principais da fábrica e outros 219 trabalhadores espalhados pelas escolas de cardação e fiação, num raio que compreendia Penamacor, Castelejo, Casteleiro, Alpedrinha, Lardosa, S. Vicente da Beira, S. Miguel d’Acha, S. Gião e Penalva. Contabilizavam-se ainda 1 375 mulheres, que possuíam em suas casas rodas pertencentes à Real fábrica, onde exerciam trabalho domiciliário.
Na sua dependência encontrava-se também a Real Fábrica do Fundão, onde laboravam mais 147 operários e 1 355 fiadeiras em regime doméstico na Vila e nos arredores, em diversas escolas de fiação.
(Poderá consultar a totalidade do percurso no documento PDF)
Descarregar PDF:
Rota da La - Percurso 2.pdfO itinerário proposto sobrepõe-se inicialmente com o percurso da Ribeira da Carpinteira, entre o Núcleo da Real Fábrica de Panos e o cruzamento da Rua Marquês d’Ávila e Bolama com a Rua do Peso da Lã.
Subindo por esta rua, a toponímia reporta-nos para o local onde se pesava e se pagava a respetiva taxa do concelho, do qual hoje não existem quaisquer evidências de campo. O percurso passa pela Rua Visconde da Coriscada e pelo centro cívico da cidade.
Na proximidade do Largo 5 de Outubro, no atual edifício Millenium BCP localizava-se o armazém de lãs da firma Ernesto Cruz, cuja fábrica se situava no sítio do Sineiro. Na Rua Comendador Mendes Veiga, em memória do ilustre industrial, localiza-se atualmente a sede do Sporting Clube da Covilhã no edifício que foi casa de habitação de Francisco Henriques da Cruz e um importante armazém de lanifícios da firma Cruz & Cunhado. O imóvel é constituído por 3 pisos, com cobertura em telha marselha, varandas em ferro, frisos decorativos em granito, ao longo de todo o alçado e nas várias aberturas da fachada.
(Poderá consultar a totalidade do percurso no documento PDF)
Descarregar PDF:
Rota da La - Percurso 3.pdfO percurso do secular “Caminho de Santiago no Concelho da Covilhã”, trata-se de um itinerário de dificuldade média, ao longo de cerca de 13 quilómetros, desde o Ferro (Pedra do Adufe) até Peraboa (Capela do Divino Espírito Santo), onde se respira natureza, história e hospitalidade.
Esta rota era essencialmente para os peregrinos vindos do sul de Portugal e de Espanha, que depois seguiam para a Guarda, Trancoso e Lamego, e que daí seguiam para Santiago.
O Programa “Descobrir a Covilhã” permite a realização de visitas guiadas e gratuitas, pelas zonas históricas da cidade para grupos com mais de 10 pessoas.
Estas visitas devem ser marcadas com 48 horas de antecedência e são organizadas de acordo com os interesses de cada grupo, podendo resultar entre outros nos seguintes itinerários:
- Covilhã Medieval;
- Rota das Igrejas;
- Percurso genérico do centro histórico;
- Rota azul e branca (azulejos);
- Em busca dos símbolos perdidos;
Marcações:
Tlf: 275 334 457
E-mail: museus@cm-covilha.pt